quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Em Vitória ES

Os quatro dias que passei em Porto-Alegre foram de muita atividade e por isso nada postei. Os parentes me receberam com muito carinho e ficamos relembrando os velhos tempos e matando as saudades. Eu havia programado retornar à minha jornada no dia 10, segunda-feira. Mas foi impossível,  porque só cheguei ao hotel para descansar às 04:20h. da madrugada desse dia.  Almocei na companhia de um primo, demos umas voltas pela cidade visitando inclusive a loja HD.  Um pouco mais tarde estivemos em uma sorveteria famosa por lá, onde degustamos uma excelente torta de sorvete. A seguir fui para o hotel e depois de uma bela ducha fui dormir. Isso por volta de 18:30h.
Dia 11 deixei o hotel precisamente às 7h. pois tudo estava préviamente arrumado para que eu conseguisse fazer isso. Como conhecia o caminho de saída da cidade foi fácil chegar até a BR-116. Me deliciei com a serra gaúcha com seu belo panorama e com a estrada de curvas para todos os gostos. O dia estava nublado mas não choveu. Esporádicamente alguns pingos, muito poucos, que não foram suficientes para molhar. Mas a temperatura do ar era baixa e por isso coloquei um agasalho mais adequado. Mais alguns quilômetros e tive a impressão de que ia chover. Estacionei e vesti a parte superior do Pantaneiro. Toquei em frente ví então que não era chuva e sim cerrada neblina. Mas dava para rodar com segurança e fui ganhando terreno. Seguí sempre pela 116 até Curitiba. Quando cheguei ao entroncamento Curitiba/São Paulo me pareceu, não sei se por conveniência, que a estrada que levava a Curitiba estava meio congestionada. Era cedo, 16:40h. e  a temperatura agradável e isso fez com que eu escolhesse tomar o caminho de São Paulo. Logo a seguir, parei em uma estação de serviços, como dizem por lá, fiz um pequeno lanche, bebí o habitual gatorade e seguí pela Regis Bitencourt abastecido e muito satisfeito por vê-la duplicada,  bem demarcada e sinalizada.
Dalí até S. Paulo seriam somente mais 405km. E lá fui eu...Só que não tinha conhecimento de que os 130km. restantes para o término da obra, justamente na parte final, ou seja, na chegada a São Paulo ainda se encontravam em obras. Levei mais de três horas sofrendo no para e anda a baixa velocidade, quase parado. Quem tem HD grande sabe bem da dificuldade do deslocamento a baixíssima velocidade. E ainda por cima com uma carga que beirava,  mais ou menos 40kg. Era primeira marcha e controle da embreagem. Cheguei a pensar que se isso continuasse ocorrendo por muito tempo a embreagem apresentaria algum defeito. Mas que nada amigos. Estamos falando de HD. E depois de tudo que exigí dela nesse passeio fiquei ainda mais apaixonado. Mas voltando ao assunto principal, conseguí chegar em S. Paulo pouco mais de 1h. do dia 12. O Jajá havia me alertado pelo celular, em uma parada que havia feito durante o para e anda, para tirar a água do joelho e tomar mais um ..., vou parar de fazer propaganda porque não ganhei o patrocínio sugerido pelo Mario, que S. Paulo estava sob muita chuva, mas eu disse a ele que iria arriscar. Caso o tempo piorasse eu pararia. Não ví nada de extraordinário onde passei por lá. Perdí a entrada para o famoso Rodoanel e também para a marginal Pinheiros e como só sei sair de lá a partir do centro da cidade fiz um turismo forçado. Tudo fechado, ninguém nas ruas até que em um semáforo havia um taxi parado esperando o sinal mudar. Eu parei a uma distância de mais ou menos 1,5m. dele e fiz menção de falar com ele para perguntar se estava no caminho correto. O cara saiu cantando pneu mesmo com o sinal fechado. Com certeza pensou que eu fosse tentar assaltá-lo. Como estava no caminho correto logo alcancei a Dutra. A estrada é fora de série. É ótima. E tão bem demarcada, tanto no leito como na divisória das pistas, que são reflexivas, que chego a ficar em dúvida se não é melhor andar por ela de noite. Quando me encontrava na altura de Roseira resolví tomar um .... Agora vocês se enganaram. Resolví tomar um café. Ví um restaurante chamado Frango Assado e me dirigí para  lá. Diminuí bem a velocidade e virei para a entrada. Acontece que entre o meio-fio dos canteiros e o piso do caminho existe um rebaixamento para o escoamento das águas pluviais, de largura considerável, e eu não o notei. Resultado, a roda dianteira entrou nele e desequilibrou a moto puxando-a para a direita. Apesar do meu esforço não conseguí trazê-la de volta ao equilíbrio porque antes que conseguisse o chassis bateu no meio-fio de daí para a frente foi sendo arrancado o burrinho do freio, o pedal do freio, a plataforma do lado direito e amassada a descarga inferior. Como todo impulso foi para a direita eu tive a sorte de ser jogado sobre o canteiro. Rolei sobre a grama e em um instante já estava querendo avaliar os prejuízos. Não dava quase para ver nada mas reparei que o conjunto burrinho, pedal e plataforma tinham sido arrancados e estavam ligados a moto pelo cabo do freio. Liguei para o seguro, relatei o acontecido e eles ficaram de ligar de volta alguns minutos mais tarde. Logo a seguir chegou um dos carros de auxilio da Dutra e o mecânico me fez o favor de, com uma picareta, é isso mesmo, com uma picareta, seccionar o cabo do freio. Eu agradecí e pedí que ele me ajudasse a levantar a moto porque eu achava que ela funcionaria sem maior problema. Tudo bem, o motor pegou e então eu a levei até o estacionamento do restaurante onde ficaria mais protegido, usando, quando necessário, o freio dianteiro. Isso aconteceu às 3h.. Alguns minutos depois a serguradora ligou e me avisou que já estava tudo resolvido e o reboque chegaria no máximo até 4:50h.
Tomei o café, comí um sanduíche e fiquei aguardando. Tranquilo, pensando nos amigos em Vitória e das gozações que poderia fazer com eles por causa desse deslocamento, se não houvesse ocorrido o pequeno acidente.
O socorro chegou um pouco atrasado, às 5:15h., mas o importante é que chegou. Colocamos a moto em cima do caminhão, com os pedaços presos nas cintas que uso para amarrar a carga e partimos para Vitória.
Na altura de Resende RJ, caiu uma chuva forte, mas por pouco tempo. O meu celular já estava com um mínimo de carga e eu preocupado porque não conseguia contato com o Roni, para avisá-lo do ocorrido.
Tive tanta sorte que o Gabriel, sem de nada saber, ligou para mim para saber por onde eu andava e como iam as coisas. Rapidamente, por causa da bateria do celular, expliquei a ele o ocorrido e pedí que ele fizesse a gentileza de se comunicar com o Roni alertando-o. Logo depois recebo uma mensagem de texto do Jajá, preocupado por causa das más notícias sobre as chuvas. Depois Ligou o Roni para saber detalhes e a primeira pergunta foi se seu havia me machucado. Eu respondí que não e que pelos meus cálculos chegaria em sua oficina lá pelas 17:30h. ou 18h. No caminho paramos por causa de obras na estrada por duas vezes. Paramos mais uma vez, por mais de meia hora, porque havia tombado um ônibus alí por perto do rio Beneventes. Mas apesar dos obstáculos chegamos às 17:50h. E com muita alegria fui recebido pelos amigos que lá se encontravam. Depois dos abraços e de a moto ter sido descarregada, pelo adiantado da hora nos separamos, cada um para os seus compromissos.
À noite, depois das devidas explicações em casa. Depois de duas saborosas geladas e de um banho reconfortador fui deitar porque estava realmente cansado. Fiquei acordado desde as seis horas do dia 11 e já eram quase 22 do dia 12.
Mas ainda tive tempo para chegar a seguinte conclusão:

Depois de um passeio de mais de 12.000km., me sentindo extremamente feliz, poderia haver maneira mais gloriosa de encerrá-lo do que na oficina do Roni,  recebido por ele e demais amigos que compartilham da mesma paixão?

Até mais.

6 comentários:

  1. Assim não vale Nemo, chegar rebocado não pode, vai ter que fazer a viagem toda novamente rsrsrs. É um prazer tê-lo de volta caro amigo, pena que não pude estar com você ontem, não foi por falta de vontade. Seja bem-vindo.

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  2. Depois de tudo isso, a espera do reboque, a viagem de caminhão, etc, vi chegar um cara super disposto e feliz. Vou começar a beber Gatorade.
    Tem fotos do nosso capitão no www.circumano.blogspot.com

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  3. Pois é Nemo, o Jajá avisou a sua chegada mas era hora do consultório e não deu.
    Quanto a chegar rebocado, quando corria regatas (o Alberto e o Mario também sabem)as vezes o reboque era a solução...mas o importante era ter corrido a regata.

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  4. Ronaldo tem razão, depois de um dia inteiro de sol na moleira, na hora de voltar o vento sumia...voltar rebocado era até um prazer.

    Tá perdoado Nemo, não precisa fazer o passeio todo novamente rsrsrs

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  5. Parabéns pela viagem , mas espero que o blog não pare por aqui , que continue postando viagens e passeios ,Abçs.

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  6. OLÁ NEMO, FICO FELIZ QUE ESTEJA BEM DEPOIS DO SUSTO...ESSE FATO SÓ AUMENTOU AS HISTÓRIAS PRA CONTAR.
    PARABÉNS POR TER CONCLUÍDO SUA BELA VIAGEM DE 12.000KM (É CHÃO PRA CARAMBA!!!). EU ESTOU DE FÉRIAS E FUI PRA ROÇA NO DIA 05/01 E RETORNEI SÓ HOJE 22/01. BREVE NOS ENCONTRAREMOS PRA CONVERSARMOS PESSOALMENTE, QUERO TE DAR UM ABRAÇO FORTE.

    SAULO.

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