domingo, 19 de dezembro de 2010

Ainda em Santiago

Hoje dormí até um pouco mais tarde. Depois do desjejum fui até a cochera, sim cochera, buscar a moto para dar algumas voltas pela cidade. Cheguei a ficar na dúvida se hoje era realmente domingo devido a quantidade de pessoas e carros nas ruas. Não sei se isso é causado pela proximidade do Natal, ou se é sempre assim.
Santiago é uma cidade linda. Tudo parece novo, recém construído. Os prédios antigos, que normalmente abrigam repartições públicas, são muito bem conservados e transmitem ao espectador uma ótima impressão. Prédios com as fachadas inteiramente de vidro são comuns. É curioso. Santiago está situada em uma região sujeita a abalos sísmicos, que não são raros. Quantas vezes temos notícias aí no Brasil de tragédias havidas por aquí, não é?
Como em todas as cidades, Santiago também tem coisas difíceis de entender. Por exemplo: as avenidas são muito largas, tendo em cada sentido, na maioria das vezes, cinco faixas de rolamento. Mas as três faixas da direita são reservadas aos Buses. Os táxis, como também em Mendoza, são horríveis. São pintados de preto e amarelo. Não são faixas não. São carros de duas cores. Não tirei fotos porque não teve jeito. Eu estava com a câmera no bolso mas não tinha como utilizá-la. Outra coisa, os pedestres tem preferência, mesmo em faixas que tenham semáforos. Eles continuam andando e se jogam na frente dos carros com a maior naturalidade. Depois de rodar bastante voltei a colocar a moto na cochera e saí a pé para ver mais de perto as pessoas, como gosto de fazer. Mas como não sou muito amigo de caminhadas e considerando o calor que fazia, retornei ao hotel não muito depois.
Desde Mendoza estou abstêmio. Só bebi gatorade na estrada e aquí estou hospedado no Ibís, onde não servem bebidas que contenham álcool em sua formulação (dei essa enrolada porque fiquei na dúvida se a palavra correta é alcoólicas ou alcólicas. Acho que é alcoólicas, mas na dúvida enrolei). Ontem me esqueci do detalhe e pedí um vinho ao garçon, que se desculpou e me explicou o que eu já sabia, mas tinha esquecido. Tive que jantar tomando coca-cola.
Hoje postei as fotos obtidas ontem durante a travessia da impressionante Cordilheira dos Andes. No meu entender ficaram boas, levando-se em conta a habilidade do operador. Amanhã pretendo sair o mais cedo possível, o que é meio problemático porque os hoteis por aquí so servem o café a partir das 7h. Depois, fazer o check-out e o mais demorado que é distribuir convenientemente a carga na moto. Eu trouxe coisas demais. Além da mala Kuryakyn veio uma mochila onde vão o notebook,  os mapas e demais dispositivos eletrônicos. Veio também uma sacola que fica vazia e dobrada, entre a mala e a mochila, durante os deslocamentos. Antes de cada partida tenho que distribuir nas bolsas laterais todo o material que ficou armazenado na sacola durante os pernoites. Em seguida ajeitar a mala fixando-a de modo apropriado na moto. É sensacional essa mala da Kuryakyn. Depois, colocar a cobertura protetora da mala e aí posicionar no bagageiro a sacola e a mochila, que também são devidamente protegidas por sacolas plásticas. A salvação da lavoura foram as correias de couro que a minha gurú, Tatiana, mandou fazer lá em Sampa. Amarro a mochila e a sacola à mala. Ficam bem presas. É pena que não dê para sair mais cedo dos hotéis, Eu enfrentaria um trânsito mais tranquilo e teria condições de encontrar as saídas das cidades mais facilmente.
Mas nada disso atrapalha o prazer do passeio. Quando chego na estrada já esquecí de tudo isso e curto para valer o trajeto. Eu já tive oportunidade de mencionar anteriormente que as cidades grandes principalmente, não me agradam. E é a pura verdade. Um dia em cada uma para mim é o suficiente. O meu negócio é estrada. No sul da Argentina, na região dos sete lagos, aí sim, se conseguir lugar em alguma pousada pretendo ficar alguns dias de férias. Descansar em contato com a natureza, com a oportunidade de rever anotações, fazer correções e organizá-las. Vamos ver se isso poderá acontecer. O câmbio do dólar para o peso chileno está mais favorável do que para o peso argentino. Entretanto tudo aquí é caro quando se compara com o peso argentino. Ou seja, para adquirir o mesmo objeto, aquí você entrega uma quantidade muito maior de dinheiro do que lá. Mas mais uma vez a ironia da situação. Enquanto na Argentina você vê carros mais antigos, aquí você só vê carrões. Nas ruas a quantidade de mochileiros é enorme por aquí. E não são só jovens. Desde Mendoza venho notando isso.
Retornando ao assunto das pegadinhas Maciel, não deixei de considerar o seu acerto e o trabalho que você teve em consultar na internet. Eu simplesmente esquecí de mencionar. Mas como me parece que você pegou o bonde já andando, esclareço que o objetivo da brincadeira é responder na intuição. Senão todos acertam.
Mas valeu. Ontem já eera tarde e eu estava realmente cansado. Por isso não deixei outra palavra no ar. Hoje me traí e escreví  e expliquei o que é cochera, que seria a da pergunta do dia.
O Léo fez a interpretação correta dos nossos mata-burros por aí em nossas roças e chegou à conclusão aceitável.
Mário, RedBull não dá. Eu quero rodar e não voar.
Bem, por hoje é só.
Até mais.

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Parabéns Nemo, maravilhosa a travessia da cordilheira, continuarei te acompanhando !!!!

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  3. Que isso Sr. Nemo! Não tem essa história de procurar a palavra na internet nao sr ! Cursei espanhol no ensino médio, além das váaaaarias idas à Argentina qndo meu pai trabalhava lá...
    Pô, internet é sacanagem....

    Abraço
    maciel

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