sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Em Mendoza - AR

Estou em Mendoza. Cheguei às 12:45, mas como estava havendo uma passeata de mineiros, me parece protestando contra mineração a céu aberto (isso foi o que eu conseguí entender do que estava escrito em diversos cartazes), só fiz o registro no hotel um pouco depois da uma.
Como havia saído um pouco cedo de San Luis, considerando a distância de 257km. que teria que percorrer, vim rodando a 100km. para não chegar cedo e ter que ficar fazendo hora para o check-in. O dia continuava lindo, a temperatura tão agradável que nem me lembrei de conferir o termômetro da moto.
E assim vinha eu, pensando nos trechos percorridos até o dia de hoje, pensando em como seria também agradável se vocês estivessem em minha companhia, quando meu pensamento se fixou no Aderley, companheiro de fé, que está sempre disposto para rodar em nossos passeios por aí. Ele havia me dito que pretende fazer passeio semelhante. Tenho certeza de que ficará bastante satisfeito.
 Prosseguindo a viagem, a certa altura comecei a acompanhar pelo retrovisor os faróis, que ao longe me pareceram de uma moto e que se aproximavam velozmente. Quando se emparelharam comigo reduziram a velocidade e o piloto me acenou perguntando se estava tudo bem. Decerto porque notou que eu estava em baixa velocidade para o tipo de estrada. Eu sinalizei que tudo estava bem e que eles poderiam prosseguir o seu caminho. Mais a frente, após a passagem de um dos locais que chamam de pesagem, eles pararam e eu ao lado deles. Começamos a conversar e nos descobrimos brasileiros. Eles são de Recife, ela a Martha e ele o Maurício. Um casal muito simpático. Foi um prazer conhecê-los. Trocamos endereços de e-mail e eu dei o endereço do blog a eles. Quem sabe não nos darão o prazer de aparecer por aí? Depois de pararmos em um posto mais à frente e papearmos mais um pouco, eles prosseguiram antes de mim que fui ainda tomar mais um gatorade. Se depender do meu consumo de gatorade desde que iniciei o passeio, a empresa terá um resultado apreciável em seu balanço anual.
Ainda há pouco postei diversas fotos. Como não tenho a mesma prática e coragem do Léo, do Alberto e do Marco Lúcio, as minhas são sempre obtidas estacionado. Por isso não tenho muitas fotos das cidades. Com o trânsito e com o policiamento, não dá para estacionar nas ruas e avenidas. E os guardas aquí na Argentina gostam de parar e tirar um sarro em cima de motociclistas. Nas estradas volta e meia você passa por postos policiais guarnecidos por carabineiros, não, não é esse o nome. Carabineiros são na Itália. Pô, me esquecí do nome agora. Os municipais e a polícia nas cidades também estão sempre em cima. Na estrada fui mandado estacionar duas vezes, mas me trataram muito bem. Só uma vez verificaram os documentos. Em Córdoba também me pararam duas guardas de trânsito. Estavam em companhia da polícia. Para não ter de ficar com muito papo, porque eu estava procurando a saída da cidade, fui abrindo e mostrando todos os documentos ao que uma delas disse. "No senhor, no há necessidad de tanto. Puede prosseguir. Tenga una buena viagem". A outra guarda já estava com mais dois estacionados para conferência. Mas o mais interessante de tudo isso é que aquí os caras andam de qualquer jeito. Ví vários sem capacete, conhecido como casco.
Bem, amanhã será o grande dia. Pretendo atravessar a Cordilheira dos Andes  obter boas fotos. Vou me preparar o melhor possível para o frio lá nas alturas. Como há muito tempo não resido em regiões frias, as minhas roupas do sul do país foram todas dadas. Tenho casacos e abrigos que não dão para ser usados nas circunstâncias de amanhã sem a jaqueta de couro por cima, senão o frio penetra pela malha dos tecidos e você congela. Então, para a parte superior vou utilizar uma sweter de malha de lã, de mangas compridas, por baixo da jaqueta de couro e para a parte inferior, como há muito dei todas as minhas ceroulas de lã,  apelei para umas calças de pijama de flanela, da minha filha, que vestirei sob a calça de couro. Não tive ainda coragem de usá-las devido ao clima.
Bem,  vamos ao resultado da pegadinha: La cobierta significa pneu. É sinônimo de neumático. O Léo desta vez se ferrou, mas em companhia do Roni, que também palpitou.
Vai lá uma fácilzinha para amanhã. "Longo trecho com lombos de burros".
Até mais.

3 comentários:

  1. tive que recorrer à internet...não seria LOMBO de burro? Aí vem a ser nossos inimigos quebra-molas. Agora se vc viu uma estrada cheia de lombos de burros...deve estar suja pra valer de m!!! de burros

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  2. O Mario me fez lembrar do "mata-burro" muito comum nas fazendas, são valas fechadas com uma grade de madeira e serve para impedir a passagem de animais como bois, cavalos e ... burros.
    Bem, lombos de burro podem ser quebra-molas mesmo, como diz o Mario. Mas podem ser ondulações na pista, que não é totalmente plana.
    Valeu, Nemo!!!
    Leo Dalla

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  3. Muito legal seus relatos de viagem, percebo que está aproveitando muito, vou continuar acompanhando

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